terça-feira, 7 de setembro de 2010

... John Steinbeck uma Biografia...


A vida de John Steinbeck, como é contada por Jay Parini nesta magnífica biografia, é digna da própria ficção de Steinbeck. Nascido em 1902, em uma pequena cidade ao norte da Califórnia, ele teve uma trajetória que reflete os altos e baixos deste século tumultuado.
Filho de um comerciante falido que se transformou em pequeno funcionário público, Steinbeck desde jovem se recusou a aceitar qualquer modelo. Assim, cavou valas e lavou pratos ao mesmo tempo que freqüentava a Universidade de Stanford, sem, contudo, conseguir se formar. O motivo: bebia demais e lia os livros errados – tipo eu hehe -. Lutou durante mais de uma década para se estabelecer como escritor, defendendo a qualidade de sua obra, embora os críticos da época o considerassem um sentimental.
Apesar disso, ele não pôde ser ignorado – foi um fenômeno, uma figura literária imbuída de um tipo de sabedoria que está presente na tradição americana, com raízes em Emerson e Whitman. Com sua visão poderosa das conseqüências da Depressão (tipo eu?), ele acabou desfrutando de um período extraordinário (o que não me aconteceu) de criatividade em livros como As vinhas da ira, Vidas amargas (tipo a minha kk) e Boêmios errantes, verdadeiros gritos de protesto que suscitaram indignação nacional e deram a Steinbeck sucesso mundial.
Jay Pairini também conta a historia das relações de amor e ódio de Steinbeck com Hollywood e a Broadway, e analisa suas amizades muitas vezes tempestuosas com inúmeros escritores, artistas, intelectuais e políticos célebres, de Charles Chaplin a Lyndon Johnson, de Ernest Hemingway a William Faulkner.Construindo a partir de entrevistas com dezenas de pessoas que conheceram Steinbeck intimamente, entre elas a mulher do escritor, Elaine Steinbeck, e baseado também em cartas – publicadas e inéditas -, diários e manuscritos, John Steinbeck é ao mesmo tempo uma revelação e um retrato fascinante de um dos maiores escritores do século. Quando John morreu em 1968, o último representante de uma geração de escritores americanos que incluía F. Scott Fitzgerald e Gertrude Stein, ele talvez fosse o escritor mais popular do mundo, embora sua reputação entre os críticos ainda não estivesse solidificada. O prêmio Nobel de Literatura, concedido em 1964, nada fez para apaziguar seus detratores, mas Steinbeck jamais perdeu a legião de admiradores que ainda hoje fazem seus livros venderem milhões de cópias em todo mundo.
>>M.H.

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