segunda-feira, 4 de outubro de 2010

... Psicopatologia da Vida Cotidiana...


Depois dos protestos metafísicos de Hegel e Kierkegaard, do protesto vitalista de Nietzsche e do protesto social de Marx, caberia a Freud, na defesa da personalidade humana contra o poder absorvente e despersonalizante da Idade Técnica, lançar o ultimo dos grandes desafios existências dos tempos modernos: a metapsicologia, ou o protesto psíquico.
Êsse o significado de Freud na sociedade contemporânea, e essa a razão por que continuam válidas as teorias de que ele foi iniciador e profeta, apesar da enorme evolução que sofreram. Grande número de psicoterapeutas vêm ùltimamente revelando que, na maioria dos conflitos observados em seus doentes, a causa está sempre condicionada pela situação social em que vivem, numa sociedade repressiva, ansiosa, originadora de compulsões, de concorrências e de limitações de tôda espécie.
Enquanto traçava a trajetória do anormal para o normal, descobriu Freud quão tênue era a linha de demarcação entre o indivíduo normal e o neurótico, e que os mecanismos psicopatológicos, tão luminosamente observados nas psiconeuroses e nas psicoses, podiam, em geral, ser demonstrados nas pessoas normais, embora em menor grau. Tão conclusão foi que conduziu à publicação deste livro, no qual o autor lança muita luz sobre os problemas complexos do comportamento humano e demonstrou, claramente, que o ate então considerado intransponível entre os estados normal e anormal é mais aparente do que real.
Psicopatologia da Vida Cotidiana é considerada a obra mais popular de Freud, sucedendo-se as suas edições nas principais línguas civilizadas, há cerda de cinqüenta anos.

>>M.H.

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